A Reforma Protestante do Séc. XVI - por Rev.Wellington




SUAS ORIGENS

No próximo dia 31 de outubro comemoraremos 499 anos da Reforma Protestante do século XVI. Movimento divisor de águas no mundo por ter proporcionado o retorno as Escrituras Sagradas, abandonada pelo clero católico e, substituída pelas superstições e adorações aos ídolos. A Reforma mudou o mundo Ocidental, tendo-o repartido entre países católicos e protestantes. Martinho Lutero, monge agostiniano alemão foi o maior dos seus ícones, tendo no dia 31 de outubro de 1517, afixado à porta da capela de Wittenberg na Alemanha, 95 teses em que questionava doutrinas católicas controversas aos ensinamentos bíblicos e, convidava as autoridades católicas a um debate. Este ato deflagrou a Reforma. Sobretudo, Lutero questionou as autoridades religiosas sobre as indulgências e a autoridade suprema do papa. Ao invés de responder aos questionamentos de Lutero, que inclusive também eram de muitas pessoas, porém não o faziam por temer a igreja, o clero procurou suprimir as idéias de Lutero, primeiramente tentando suborná-lo oferecendo um chapéu cardinalício, depois com violência, o que não acabou bem morrendo muitas pessoas de ambos os lados. Mas, finalmente, em 1529, na Dieta de Spira, os protestantes foram reconhecidos e, se estabeleceram em países como Holanda, Escócia, Suíça, França, Hungria, Romênia e outros países.

CAUSAS DA REFORMA

·         papado era uma potência religiosa e política e, grande parte da vida econômica girava em torno das igrejas paroquiais, ocasionando uma insatisfação por parte das autoridades civis, devido à ingerência do papa em seus negócios.
·         Já naquele tempo tinha-se criado a hierarquia na igreja, havendo papas, cardeais, arcebispos, bispos etc. “Esquecendo-se do que Jesus ensinara: Os governadores dos povos o dominam e [...] os maiorais exercem autoridade sobre eles. Não é assim entre vós; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será este o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será vosso servo (Mt.20.25-27).
·         A idolatria tinha se introduzido na igreja, quebra flagrante do 1º e do 2º mandamentos da Lei de Deus (Ex.20.3-6).
·         Salvação pelas obras;
·         Confissão auricular;
·         Penitências;
·         Simonia (venda de sacramentos e cargos eclesiásticos)
·         Celibato Clerical
·         Indulgência (o romanismo que a igreja “católica” possui um tesouro imenso de méritos de Cristo, da virgem, dos santos e das boas obras dos fiéis. O papa tem o poder de transferir estes méritos que sobram às pessoas que deles precisam – isto em troca de dinheiro).
·         Falta de moral entre o clero (também com os papas).
·         Relíquias sagradas (o corpo de uma criança morta na matança dos inocentes, ordenada por Herodes, dois anos depois do nascimento de Jesus na Judéia; a túnica de Cristo, os vasilhames, as jarras e tudo que Cristo tocou e que fez uso; corpos inteiros de santos, um osso de Isaque filho de Abraão, maná do deserto; uma das seis talhas das bodas de Caná com vinho dentro; um pedaço da coroa de espinhos de Jesus, uma das pedras que mataram Estevão; um pedaço da sarça ardente. Quanto maior fosse a propaganda das relíquias, das peregrinações, mais dinheiro entrava para os cofres de Roma. As bugigangas espirituais eram verdadeiros chamarizes de dinheiro!
·         Inquisição

Muito antes do tempo da Reforma, já havia na igreja pessoas que não se conformavam com a situação do clero. Mas, eles foram perseguidos e muitos foram mortos, como Wyclif e os Lolardos, na Inglaterra; John Huss que foi queimado em Constança e seus seguidores conhecidos como Hussitas, na Boêmia (Atual República Checa); Arnaldo de Bréscia, Savonarola e os Valdenses na Itália; os Albingenses (para cujo extermínio foi criado o sinistro Tribunal da Inquisição no século XIII, ressuscitado no Séc. XVI, para sufocar a Reforma).

O culto a muito que se tornara apenas um ritual meramente externo, (sem compreensão, uma vez que os padres rezavam as missas em latim e de costa para os fiéis) repleto de superstições e idolatrias.

PERÍODO DA REFORMA


Durante a Idade Média a sociedade européia esteve solidamente unificada em torno da fé católica. Todavia, no final desse período surgiu uma grande insatisfação com a situação reinante na Igreja: a corrupção e opulência do clero, a religiosidade supersticiosa, a supremacia da tradição, o afastamento das Escrituras, a falência da moral.
Certamente houve muitos fatores culturais, políticos e sociais envolvidos nesse movimento revolucionário. Mas, a mentalidade contestadora do humanismo renascentista contribuiu de maneira fundamental para e eclosão da Reforma. Todavia, a motivação básica da Reforma foi religiosa.
 A Reforma surgiu num contexto Humanista e Renascentista, tendo inclusive alguns pontos em comum; como exemplo disso citamos o fato de que a ênfase humanista no retorno as fontes primárias fez com que os humanistas cristãos despertassem para o estudo dos originais da Bíblia, o que ocasionou a verificação de uma evidência cada vez mais forte: as diferenças existentes entre os princípios do Novo Testamento e a religião romana.
A Reforma teve como objetivo precípuo uma volta às Sagradas Escrituras, a fim de reformar a Igreja que havia caído ao longo dos séculos, numa decadência teológica, moral e espiritual.
O questionamento protestante ao catolicismo medieval pode ser sintetizado em alguns princípios básicos que todos os protestantes tinham em comum: as Escrituras como suprema autoridade e norma de fé (sola scriptura,a salvação pela graça mediante a fé somente (sola gratia, sola fides) e a igualdade de todos os cristãos com a negação da distinção espiritual entre clero e leigos (o sacerdócio universal dos crentes).

NOTA: O nome protestantismo aplicado à Reforma surgiria alguns anos depois, tendo sua origem na Segunda Dieta de Spira (abril de 1529), quando, cristãos, imbuídos do mesmo espírito de Lutero, declararam o seu protesto, reafirmando o seu apego à Bíblia, e à necessidade de pregá-la continuamente. Deste modo, mais que um simples protesto, a palavra foi usada no sentido de testemunho positivo a respeito da supremacia da Escritura.
         
                                                                            Rev. Wellington de Lima Lucena

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